Page 58 - Da Terra
P. 58

Vento, ventania sopra sem cessar

                                                                                                                                                                                                                       Faz rodar as velas e os búzios cantar

                                                                                                                                                                                                                       Vento, ventania sopra sem cessar

                                                                                                                                                                                                                       Faz rodar as velas e os búzios cantar
                           A                                                                                                                                                          Era uma vez um moleiro. Trabalhava nos moinhos de vento no Alto da Serra. Acontece que houve uma
                                                 Casa







                                                                                                                                                                                      altura em que não houve vento nenhum. E o homem andava desesperado pois sem vento não podia
                                                                                                                                                                                      trabalhar e sem isso não havia sustento para si, para a sua mulher e os seus filhos.



                                      do                       Vento                                                                                                                  Decidido a resolver a situação, disse à mulher que ia procurar o vento.

                                                                                                                                                                                      Saiu de casa e percorreu montes e vales à procura. Até que encontrou a morada do vento. Bateu à porta.
                                                                                                                                                                                      A mãe do vento veio abrir e disse logo:


                                                                                                                                                                                      - Vá-se embora que o meu filho é muito mau!!


                                                                                                                                                                                      - Ora, esconda-me aí num can nho qualquer, eu preciso mesmo falar com ele.

                                                                                                                                                                                      A mãe do vento escondeu o homem a um canto e logo a casa estremeceu. Entrou o vento batendo

                                                                                                                                                                                      portões, portas e janelas, fazendo trinta por uma linha.

                                                                                                                                                                                      - Ai filho, tu tem calma. Está aí um pobre homem que veio pedir para falar con go…


                                                                                                                                                                                      - Salte cá para fora! - disse o vento, olhando e rondando o homem - Que o cio tem lá na sua terra?


                                                                                                                                                                                      - Eu sou moleiro! - disse o homem a medo.

                                                                                                                                                                                      - E o que dizem do vento lá na sua terra?


          58                                                                                                                                                                                                                                                                                                       59
   53   54   55   56   57   58   59   60   61   62   63